domingo, 1 de maio de 2011

E a tese começa a se delinear...

     Tive a minha primeira reunião de orientação na última quinta-feira. Confesso que estava bem nervosa pois seria o meu primeiro encontro com a minha orientadora. Não nos conhecíamos. Nosso primeiro contato foi no dia da entrevista, quando da seleção para o programa, e depois disso trocarmos alguns e-mails. Eu estava tensa pois, como sempre acontece quando releio algum texto meu, tinha encontrado vários defeitos no projeto. Excesso ou ausência de vírgulas, alguns termos equivocados, informações ausentes, enfim, para mim, que sou superexigente comigo mesma, aquele texto não me parecia tão bom quanto na época em que eu o escrevi... Eu tenho essa mania. Não gosto de ler nada que eu escrevi depois de muito tempo, pois quero sempre corrigir ou refazer o texto. Sempre acho que poderia ficar melhor. Desde que defendi a minha dissertação de mestrado, jamais tornei a lê-la. Deus me livre da paranoia que esse exercício de leitura desencadearia! Já pensou querer reescrever mais de 200 páginas?!? Enfim, tenho essa mania de querer sempre melhorar, aperfeiçoar o que eu faço... Mania estranha para alguém que diz acreditar que a perfeição não existe.
      Mas, voltando ao encontro de orientação, a tensão que sentia antes da reunião começar foi imediatamente substituída por uma alegria imensa quando começamos a conversar sobre a tese. Além da empatia que rolou, senti a empolgação da minha orientadora com o trabalho. Pela primeira vez, desde que decidi levar Morrissey para academia, senti uma segurança imensa e não tive dúvidas de que esta foi uma decisão acertada! Conversamos muito, ouvimos Morrissey e, depois de alguns ajustes, vi a minha tese se construíndo bem ali! Saí da reunião me sentindo como uma criança que finalmente ganhou o presente que tanto desejava. Acho que ainda faltava, para mim, essa espécie de aprovação. A aprovação na seleção não tinha sido suficiente. Precisava desse apoio que só poderia vir de alguém que vai iniciar essa travessia comigo! Nada melhor, para um doutorando, do que sentir essa cumplicidade com o orientador! Finalmente, depois de tudo, me senti realmente segura.
      Comecei, então, a trabalhar. A lista de tarefas é enorme! Começo a desconfiar que o interesse e a empolgação do orientador com o trabalho dos orientandos é sinônimo de trabalho triplicado! Pesquisas e mais pesquisas, reorganização de projeto, aumento de bibliografia, o que significa gastar dinheiro e ler muuuuuuuito. A leitura não me incomoda nem um pouco, o assunto da pesquisa não é nenhum sacrifício, mas o dinheiro é que pesa... Para as coisas ficarem melhores, só precisava da minha bolsa! Mas esse é um tópico à parte.
     Durante as pesquisas que comecei a fazer esta semana, cheguei ao blog da Professora Doutora Adriana Amaral através de um post intitulado “Morrissey Studies”. Fiquei super empolgada, comentei sobre o meu trabalho e descobri uma interlocutora que, sem que eu me desse conta, já vinha me ajudando antes mesmo de eu descobrir o seu blog. Quando comecei a escrever o meu projeto, li muitos artigos da Adriana e eles me ajudaram muito a pensar nessa interlocução música massiva e academia. Ela fez novo post comentando o meu blog, tuitou sobre isso e comentou aqui também. Fiquei muito feliz e percebi que eu estava completamente errada quando achei que esse blog seria um mero exercício de catarse e que não deveria esperar contribuições. Não é que as contribuições já começaram a acontecer? A internet é mesmo uma ferramenta maravilhosa!
      Enquanto aguardo a esperada bolsa e começo a colher as primeiras contribuições à pesquisa, corro contra o tempo pois tenho um prazo apertadíssimo para entregar tudo o que a minha orientadora pediu. Não pensem que é fácil a vida de quem escreve tese sobre Morrissey!